sábado, 26 de maio de 2012

Maio - o mês dos feriados

O mês de maio está sendo diferente, em alguns aspectos. Primeiro, a longa história da burocracia sobre o visto (post anterior) parece estar resolvida.  Aeee resolvida "sim", mas depois de um longo tempo esperando para ser atendida na Préfecture (um longo chá de cadeira) e de receber um documento que, até então (aparentemente - segundo a atendente), me permitirá retornar à França quando viajar para outro país, seja ele ou não pertencente ao Acordo Schengen. Mas isso é uma outra história (espero não ser deportada - só não quero imaginar as manchetes hehehe). O primeiro teste desse documento será quando retornar da Suiça, no domingo que vem.

Segundo, porque o mês de maio é cheio de feriados e com sorte, esse ano, eles cairam em dias de semana (segunda a sexta). Aproveitando esses feriados, viajei para algumas cidades francesas do litoral da Normandia e uma cidade do litoral da Bretanha. Foram elas na Normandia: Dieppe, Le Havre e Le Mont Saint-Michel e na Bretanha Saint-Malo. Todas são muito diferentes e com uma beleza ímpar. Uma coisa em comum que faltou em todas elas, sem dúvida foi a presença do sol, mas dado o local, talvez não seja tão grave hehehe...

A seguir, um mapa (do Google Maps) com as cidades.

Para conhecer as cidades, acesse:

Dieppe
Le Havre
Le Mont Saint-Michel
Saint-Malo


Dieppe


Optei por visitar Dieppe simplesmente por indicação, me disseram: "Ah, Dieppe é uma cidade maior que outras ao redor, tem um museu-castelo e tem uma praia (mar da mancha) diferente para se visitar, sendo possível ver seus principais pontos turísticos em um dia". Como Dieppe fica uma hora de trem de Rouen, a passagem custa uns 22 euros (ida e volta), com vários horários disponíveis, lá fui eu aproveitar um dos feriados semanais de maio hehe.
Sempre que chego em outra cidade, procuro o Office de Turisme para obter mapa e folders com a história do local, considero isso importante.

O nome Dieppe vem dos Vikings que faziam menção à profundidade ('djepp') do rio que corria para mar, mas somente depois da conquista da Inglaterra (1066) é que a cidade é criada. Atacada pelo rei da França, Philippe Auguste, Dieppe é destruída em 1195. A cidade é limitada à oeste pelas falésias onde está o castelo-forte do século XV, que hoje abriga uma bela exposição e vista da cidade.

A primeira impressão que tive da cidade foi boa, ao lado do Office de Tourisme é possível ter uma visão do pequeno porto.

 

As falésias ficaram famosas nas pinturas de Eugene Bodin (impressionista francês). A seguir a comparação entre o quadro e a foto atual, está bem diferente, mas é possível ter uma idéia hehe..


Visão do mar

Parte da Foz do rio

A primeira visão ao chegar à praia


Simmmm, a praia é toda de pedrinhas, pedras, pedronas hehe. Apesar do tênis um 'pouco' sujo, porque não dá para ficar sem ao caminhar, dá para ter noção do tamanho delas. Até agora, é a praia mais diferente que já visitei.

















Em Dieppe, o ditado: 'Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura' é verdadeiro...


Não era a única a estar com muita roupa na praia - os franceses curtindo a visão:


Essas 'casinhas' são pequenas locações onde se guardam coisas que se usa durante a estadia na praia - casacos (simmm há guarda roupas e muito importantes aqui rsrs), fogão, material de pesca, etc... Observe que há passagens especiais, que facilitam a caminhada nas 'galets', como são chamadas as pedras. 

As falésias

As falésias (nessa outra parte do mar da Mancha - à esquerda da Falésia Pollet) denominada de 'La Côte D'Albatre' podem ser vistas nas seguintes fotos (são impressionantes formações):

 
















O contraste das cores do céu e do mar fica legal, mesmo com o tempo não tão bom.
















Mais pedras e detalhe para a rocha porosa.











 


 
O castelo



Atualmente, o castelo de Dieppe é um museu, que contém de tudo um pouco: maquetes de barcos, cartas marítimas (dá até para comprar uma pequena réplica da carta hidrográfica feita em 1634 exposta lá), pinturas, esculturas, etc. O castelo foi construído em etapas que são perfeitamente reconhecidas na arquitetura dos muros.


Canhões e âncora na entrada do castelo.

Dá para ver a diferença de material usado para construção do castelo ao longo do tempo.

Até que da janela do castelo a visão não é ruim rsrs...
Outros lugares na cidade:




























Última visão do porto de Dieppe, também retratado por Eugene Bodin:


Será que agora Dieppe pode entrar para o roteiro 'mais conhecido' de passeios (ou talvez só eu não tivesse ouvido falar dessa cidade)? Na minha opinião, SIM! E o que acha?













sexta-feira, 11 de maio de 2012

Terceiro mês - o visto

Em um post anterior, comentei que achava que a burocracia teve origem na França. Como já são três meses que estou aqui e meu visto vence hoje, exatamente no dia 11 de maio, seria legal explicar o porquê da primeira frase desse post.

No meu caso, vim para a França com o visto científico, que é uma categoria de visto que também pode ser concedida para doutorandos, quando já se tem um local específico, um contato com o orientador estrangeiro e irá permanecer mais que 90 dias. Como a documentação mais importante foi providenciada pelo próprio pessoal do laboratório onde estou, que era o tal 'protocole d'accueil' e o comprovante de estadia em um alojamento estudantil, não foi muito complicado tirar o visto para vir. 

Entretanto, começam uma série de ambiguidades no meu ponto de vista, esse visto é válido somente por 90 dias, exatamente pelo período que eu não precisaria. Assim que cheguei, precisei dar entrada ao processo para obter a 'carte de séjour', e passado 3 meses mal consegui marcar o 'rendez-vous' (data) para o tal documento.

Para marcar o 'rendez-vous' se deve ir até a 'Préfecture' da cidade onde você está. A 'Préfecture', que não é a prefeitura, é um órgão que cuida de várias documentações para estrangeiros e franceses, como a regulamentação da permanência na França até carteiras de motoristas.

Mas tive uma péssima impressão sobre o atendimento na 'préfecture', para marcar a data de entrega da documentação (apenas marcar)  foram necessários dois dias, enfrentar terríveis filas e um empurra-empurra tremendo. E no final, o 'rendez-vous' está agendado para o final de maio, resultando em alguns dias 'ilegais' na França, sem poder cogitar sair, tá bom, nem queria mesmo hehe..

Pela demora no processo, mesmo pagando 340 euros pela 'carte de séjour', sei que não será na primeira visita (depois do 'rendez-vous' marcado) que a receberei. Inicialmente, pois há muita gente esperando, eles recebem os documentos e lhe entregam um documento provisório, para depois, se não renovado, pegar sua 'carte de séjour'. Há relatos de demora de quase 10 meses para sair o tal documento, onde a pessoa ficou um ano. Imagina eu, que ficarei 7 meses e já se passaram 3. Tenho a impressão que não terei esse documento enquanto estiver aqui.

Acho que isso é um bom exemplo de burocracia. Dado que a França é um país 'mais antigo' que o Brasil, acredito que podemos ter adquirido um pouco desse processo burocrático todo hehe....



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Museu do Louvre - antiguidades egípcias

Museu do Louvre
Depois de algumas tentativas não sairem como programadas, finalmente no domingo consegui visitar o Museu do Louvre. Resolvi escolher uma data inusitada, o primeiro domingo do mês quando todos os museus nacionais da França têm entrada gratuita. Esse aqui é o site oficial do museu: http://www.louvre.fr/


A fila que eu tinha pela frente (pátio interno)

Resultado: fiquei 50 minutos em uma fila quilométrica, sem exagero na extensão e pensava: 'não vou conseguir ver tudo que quero porque terão muitos pessoas', errado, não foram o número de pessoas lá dentro que me atrapalharam de ver tudo que queria, mas sim a quantidade de coisas para se ver lá dentro hehe.
Até entrar a atração principal sem dúvidas era a própria fila.




Quase na entrada hehe..

No final de 6 horas de visitação e muito cansaço (teria ficado mais se não fosse a fome e a dor nos pés), me dei conta que concordo com muitas coisas que falam do museu. Tais como:
1 - Por fora o prédio já é fantástico e por dentro mais ainda, é verdadeiramente fascinante (acredito que até para alguém que não goste muito de museus).
2 - Se você quer ter lembrança de alguns objetos/relíquias tirando algumas fotos, o que parece uma ótima ideia - saiba que fui um pouco infeliz com aqueles objetos que estavam protegidos por vidro (ficaram com reflexo das lâmpadas - sou amadora hehe), talvez seja uma boa ideia comprar um guia do museu que custa 8 euros o mais básico e 17 euros o mais completo hehe...
3 - A Monalisa, o famoso quadro de Leonardo da Vinci é uma das atrações principais do Louvre, vá visitá-la em sua sala, mas não esqueça que existe muitos outros quadros lá e muito bonitos também (e como tem quadros lindos).
4 - Dependendo do objetivo da visitação talvez um dia não seja necessário para ver (somente ver) tudo hehe.. o próprio guia do museu fala que se fossem dedicados três dias inteiros, o museu poderia ser visto por completo. Se tiver oportunidade vá mais de uma vez hehe.. pretendo fazer isso!

Nesse post, a maioria das fotos serão sobre a antiguidade egípcia. Ao todo, visitei 30 salas com artefatos, relíquias, objetos e etc sobre o Egito e suas dinastias. 
Quando a visitação chegou ao fim, apesar de toda riqueza e beleza dos objetos, eu tive uma sensação estranha. Fiquei pensando em como aquele conjunto todo foi parar no Louvre, dentro do museu tem até paredes, sim paredes, de tumbas. Lembrei-me dos filmes do Indiana Jones e todos aqueles outros sobre Caçadores de Tesouro, onde existiam sempre conflitos pelo resgate dos tesouros, sempre 'alguém passando a perna em alguém'. O que será que houve durante a história do Louvre e do próprio Egito para que tudo estivesse lá no museu e não no próprio lugar onde foram encontrados? Juro, na minha opinião, só faltaram as pirâmides hehe...

Nossa, tem de tudo nessa exposição, vou citar algumas coisas, até um Livro dos Mortos.

O Livro dos Mortos, foi assim denominado pelos decifradores de hieroglifos, pois o objetivo era ajudar os mortos a fazerem a viagem para o outro mundo.

Seção do Livro dos Mortos - VI a IV século a.C.

A esfinge de Tâmis é do Império Antigo (2620-2500) a.C. pesa 12 toneladas. Está no Louvre desde 1826. A esfinge representa a imagem viva do rei, exibindo sua força contra os inimigos do Egito


Esfinge de Tâmis.
 Os hipopótamos.
Esse hipopótamo é do Império Médio (2033-1710 a.C). Há desenhos de plantas e um pássaro voando evocando para os egípcios as margens do Nilo, onde vivia o hipopótamo. Este animal representava um grande perigo para os homens e para as culturas.

Outros hipopótamos em outro tipo de material.


No hieroglifo acima, o pato = "os filhos" e o disco = "Rê" (o deus do Sol), significa "os filhos de Rê" ou "os filhos do sol". Outro exemplo de hieroglifo segue:
Fragmento de um hieroglifo do Império Antigo.
Preparação do pão da 5 dinastia, um homem prepara a massa e o outro o formato de pão.

Parte de um dos livros dos mortos.

O músico Amon tocando harpa para o deus Rê-Horakhty (1069-664 a.C).

Rei Ramsés
Seis efinges que impediam a entrada no templo de Saqqara.

Deusa Sekhmet (à esquerda).
Colosso do Rei Amenófis IV.

A múmia.
 E para finalizar esse primeiro post sobre o Museu do Louvre, a vedete do Louvre: A Monalisa. Todo mundo querendo vê-la, mas perto dos outros quadros na mesma sala ela é bem pequeninha hehe...