quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Queria...

Como anunciava um personagem de um programa infantil (não muito antigo e não do meu tempo, vai rsrs): "é hora de dar tchau"... Depois de sete meses e meio (como contagem regressiva) entre as bagunças para arrumar as malas e em meio ao processo de multiplicação, sim as malas, uma veio e voltam duas, é estranho novamente organizar tudo para voltar.

Entre tantas coisas diferentes, acho que alguns 'desejos' não foram cumpridos e não serão colocados nas malas como realizados.


Queria
... ser mais mutável, ou pelo menos mais adaptada, assim como o polvo e o camaleão. 
... ser menos 'bicho do mato' e encarar tudo com mais naturalidade. 
Nossa, ... ser muito mais minimalista e não sofrer de algum apelo material (a bagagem agradeceria).
... não sofrer de ansiedade, pela espera dos acontecimentos.
... que algumas pessoas vivessem para sempre ou que não causassem tanto dor ao percebemos que podem partir (por mais que saibamos, nunca 'estamos preparados').
... ser mais organizada e saber que todo atraso não é minha culpa. Ou não sofrer com isso.
... ser mais paciente, compreensiva e aceitar o 'jeito lento' de alguns hehehe. Afinal outros também tem paciência comigo.
... saber usar as palavras melhor, cometer menos erros gramaticais, ter facilidade para expôr as ideias.

... muito ser disciplinada ou pelo menos o suficiente para não abandonar esse blog e conseguir publicar os demais relatos. Aqueles que já tenho em rascunho e aqueles que terei na volta, porque histórias para contar sempre haverão.

Será que quero demais? hehehe...

domingo, 16 de setembro de 2012

Giverny

Giverny é uma cidade pequeninha situada na Normandia, há 72 km de Rouen ou 80 km de Paris, sendo de fácil acesso de qualquer um dos dois pontos de partida. Indo de trem, partindo de Rouen, a passagem custa mais ou menos 24 euros (ida e volta) até Vernon. (horários de ônibus e mais informações de como chegar - aqui).
Chegando em Vernon (que também é uma cidade interessante para se dar uma volta), pode-se pegar um ônibus que vai até Giverny (com horário específicos) que custa 6,50 euros ida e volta, ou ainda ir a pé (1h e 30mim) de caminhada ou alugar uma bicicleta (ou já portar uma, porque achei o preço do aluguel bem salgado - 12 euros por pessoa) aí serão 30 min.
A cidade é conhecido como o coração do Impressionismo, pois lá morou um dos seus mais ilustres 'filhos' para não dizer 'pai', Claude Monet. E lá Claude Monet buscou inspiração e pintou vários dos seus quadros (que mais admiro) tais como Nynphéas (1906), Le Bassin aux nymphéas (1899), entre tantos outros.
Lá, sob um dia ensolarado como poucos, conheci a casa (hoje Fundação Claude Monet) e os jardins onde Claude Monet viveu alguns anos da sua vida. Nessa cidade também estão enterrados seus restos mortais e de parte de sua família.
Depois do meu encontro aguardado por pelo menos 3 meses consegui visitar esse lugar incrível. Com certeza um dos lugares mais lindos que já vi na Normandia. Vale a pena conhecer!


























quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Vaticano e o lenço

Como não podia deixar de acontecer um 'imprevisto' (pode ser entendido como amadorismo também rsrs) no Vaticano - a falta do lenço. Lugar para ter lições sobre desconfiar que você pode estar errado e só você não sabe hehe.

A temperatura: mais de 35°C em torno das dez horas da manhã e a programação era visitar o Vaticano. O dia pedia roupas leves, tipo bermuda e blusinha. Já na fila de entrada várias pessoas com lenços (vendendo ou prontas para usar) - 'povo doido, está calor' pensei. Mal sabia que um pouco mais adiante eu seria barrada na entrada por vestir uma blusa onde ficava com os ombros amostra (ou a mostra?) e não ter naquele momento nenhum lenço para cubrí-los ou as pernas, pois a bermuda era acima dos joelhos.

Definitivamente tudo é uma questão de ponto de vista, naquele momento eu era a 'doida', pois precisaria enfrentar a fila novamente em outro dia e talvez enfrentar o mesmo calor (o que de fato aconteceu).

Então, vai visitar o Vaticano ou outro órgão religioso em Roma (e não só em Roma, em toda a Itália), não esqueça do lenço se estiver muito quente rsrs...

Mas para comprovar que conseguimos entrar, enfrentando fila, calor e coberta com lenço, segue algumas fotos....

Panorama da Praça de São Pedro


Praça São Pedro - visão da Cúpula mais alta da Basílica
Visão do interior da Cúpula da Basílica de São Pedro
Estátua do deus Anubio no Museu do Vaticano, do século I-II d.C.


Sétimo mês - valeu a pena?

Passado sete meses, será que valeu a pena ter saído da 'zona de conforto' que me encontrava para passar por alguns apertos SÓ para fazer parte da minha pesquisa? Será que preciso mesmo sair do meu país, que tem melhorado em vários aspectos relacionados à algumas áreas de pesquisa para ter resultados melhores para tese? Talvez para alguns a resposta seja não e isso é fabuloso. Talvez até para a minha pesquisa a resposta seja não.

Mas algo que ouvi esses dias me fez refletir um pouco mais sobre essa questão. Alguém me disse que o melhor 'produto' de um doutorado não é uma tese, mas sim um doutor. E me pareceu relativamente com sentido, afinal, conheço poucas pessoas que depois de terminado seu doutorado atuam somente na área da sua tese (são mais 'generalistas' que 'especialistas') ou ainda, estão completamente afastadas.

Bom, vejo que um doutor é alguém com uma capacidade de se adaptar, de interagir, de aprender, pronto para enfrentar novos obstáculos profissionais. E atire a primeira pedra quem acha que tudo isso não deve estar conectado (pelo menos no ideal) ao cultural e pessoal para complementar o pacote profissional, afinal, dá trabalho tentar generalizar, se for esse o objetivo ou mesmo se especializar. Pergunte para um programador (que não sou eu) se um algoritmo (em qualquer linguagem de programação) generalizado para uma gama de problemas é mais fácil ou com menos condições a serem analisadas do que o mesmo algoritmo para um problema específico onde 'apriori se conhece' todas (ou quase) as condições? Imagino que a resposta seja não.

Então para simplificar a história, para ser doutor, o 'cabra' tem que ter uma tese (caso contrário o curso ou o orientador não o deixa defender hehe), ter artigos publicados ou enviados para publicação (depende de cada pós-graduação) e ter 'conhecimentos' extras para arrematar tudo. Ufa, dá trabalho ser 'doto'.

E foi na conquista por conhecimento, no seu sentido mais amplo, que se refazer a pergunta sobre ter valido a pena ter saído do meu país para fazer parte da minha pesquisa, a resposta é SIM. E um sim bem grande, claro que isso também não garante nada e nem que eu vá defender no prazo, infelizmente. Mas isso também não era garantido mesmo que eu desenvolvesse todo meu trabalho no Brasil.

Volto com as malas mais cheias, a física (maldita balança que fez o ponteiro dos quilos ir mais longe hehe) e a material restrita porque só posso levar duas malas de 32 kg (queria levar tanta coisa - quem sabe da próxima vez - meu lado consumista as vezes fala mais alto, principalmente quando são livros, filmes e cremes rsrs). Não esquecendo que com muito muito muitooooo esforço contra o avanço dos ponteiros da balança podemos lutar e que podem perder ou estraviar nossa mala e então quase toda bagagem pode ser esvaziada.

Mas aquela bagagem cheia mesmo, que não tem volta ou perda e que não ocupa espaço, é a vivência em outra cultura, são as interações com as pessoas, as viagens erradas e as certas e que estarão presentes na minha formação. É apostando nesse 'árduo conhecimento' que acredito que a definição de doutor também se aplica e se é assim tenho certeza que isso está cumprido. SÓ falta o 'resto': escrever a tese e os artigos hehehe...

Termino o relato com uma das mais belas imagens que vi aqui, com certeza um 'bom aprendizado', que é o Jardim das Ninpheas na Casa do Claude Monet em Giverny - França.