terça-feira, 12 de junho de 2012

Zurique

Eu vos apresento Zurique!

Depois da visita à Zurique, percebi que o Brasil ainda precisa aprender algumas coisas com essa cidade, mas também, os suiços só teriam muito a aprender conosco. Tentarei contextualizar essa frase, antes de ser massacrada por ela hehe...

Fiz essa viagem no primeiro final de semana de junho e foi bem tranquila, quase não tive que me preocupar com nada, graças a um amigo que mora lá há mais ou menos uns três anos. Quem me dera fosse assim toda cidade que eu visitasse, mas também curto sair se aventurando. Para completar o final de semana super bacana, o sol se fez presente em boa parte da jornada.

Zurique é uma das maiores cidades da Suiça, extremamente rica, cara e até onde eu conheci muito bem cuidada. De trem (TGV) fica umas 4 horas de Paris, saindo da Gare de Lyon. Até agora é uma das passagens mais caras que comprei (se bem que, depois de comprar os bilhetes, sairam promoções por quase metade do preço da ida ou da volta e isso sempre acontece comigo, principalmente quando compro passagens da GOL para o RS). Um pé meio frio, para não dizer os dois.

A cidade é banhada por um lago, o Lago de Zurique que depois dá origem ao rio Limmat e AAIII de você que mencione Rio de Zurique, pois quase é apedrejado e taçado como burro (tenho uma colega suíça das aulas de francês que iria morrer agora se soubesse que estou escrevendo isso hehe)... Mas aqui estão as fontes para a informação anterior, mesmo não tão confiáveis fornecem uma boa menção ao que escrevi: Limmat River e Zurich. Com as devidas ressalvas, sem crucificação por favor, acredito que essa é uma questão semelhante àquela discutida no RS sobre o Guaíba, afinal é lago, lagoa, laguna ou rio? e acabei de tirar zero em hidrografia hehe.

Mas o que vi em Zurique ao ponto de dizer que o Brasil ainda precisa melhorar? Sem considerarmos o tamanho territorial entre os dois países e super diferença econômica (lugar onde estão os mais poderosos bancos), as poucas pessoas nativas que conheci lá, falavam pelo menos 3 línguas quando não mais. Elas falam além do suiço-alemão (que ainda não existem regras rígidas para a escrita e alguns falam que é um dialeto do alemão - nunca mencione isso perto de um suiço), alemão, inglês, francês (para uma parte da Suiça é a língua oficial) e/ou mais uma que não me recordo no momento.

Quando o estudante termina o que seria nosso ensino médio, pelo menos em Zurique, além do suiço-alemão (língua ou dialeto nativo - então nem entraria na conta), alemão (pois na escola é obrigatório sua escrita e a fala) e inglês. Sem contar que em algumas escolas, algumas públicas se não estou enganada, têm aulas em francês. Se estiver falando bobagem, alguém me corrija por favor, posso consertar o texto.

E aí eu pergunto, quem de vocês saiu do ensino médio, sem investir além, sabendo falar inglês ou espanhol (que agora vem sendo ofertado nas escolas brasileiras)? Eu que não e sofro para aprender inglês até hoje, depois de anos de cursos, cursinhos e que só fui me dedicar após perceber que já devia saber. Está aí um bom exemplo pro Brasil, investir mais em educação.

Outra coisa que me chamou muita atenção é a forma que o ambiente é cuidado. Em vários pontos da cidade há fontes ou bebedouros (maiores e menores que a da foto abaixo), que quando não há avisos por quaisquer motivos, se pode tranquilamente beber da água. E se vê todo mundo fazendo isso e lógico, meio desconfiada fiz também. A água chega a ser 'chata' de tão transparente rsrs...


Pelo fato de Zurique ser uma cidade com uma área bastante ocupada e existir um certo controle e urbanização de tudo, não há muitos lugares para as pessoas se dedicaram às atividades como cuidar de seu próprio jardim ou cultivar sua própria horta, por exemplo. Como solução, em alguns cantos mais afastados da cidade, existem pequenos terrenos que são muitas vezes alugados a preços exageradamente altos, onde as pessoas constroem um pequeninho depósito e se dedicam ao cultivo da terra. Lá, elas podem plantar além das próprias flores, seus legumes e alguns tipos de frutas, geralmente sem agrotóxico e valorizando esse contato com a terra. Andando no supermercado, percebe-se um certo interesse pela aquisição desses 'bio-produtos', inclusive com propaganda no próprio chocolate, tão famoso (e bom mesmo).

Não serei ingênua a ponto de imaginar que tudo sempre fora assim, imagino que um certo caminho foi construído até as pessoas perceberem que as pequenas ações para a sustentabilidade são importantes e sei que elas devem usufruir disso também como forma de terapia. Afinal, não me restam dúvidas que vivem sob pressão o tempo todo, diversas vezes estampado em suas caras.

Mais uma dúvida, se temos oportunidades de presenciar esses pequenos gestos (fico imaginando querer beber água de uma fonte qualquer em São José dos Campos/SP) de um povo que busca o inverso do que muitos desejam para o Brasil (só lembrar da novela do Código Florestal há bem pouco tempo e que ainda não terminou), por que simplesmente não seguimos esses pequenos exemplos, sem antes termos que aprender com os erros da mesma forma que esses países aprenderam? Só para ressaltar, a França atualmente tem uma grande área de florestas, mas somente depois de destruir e queimar tudo com a Revolução Industrial.

E se tudo vai também na Suiça, por que eu penso que eles também poderiam aprender conosco? Ahhh adoro essa parte, de exaltar meu país hehe, porque mesmo sendo um país pobre (tudo bem, ele está em ascensão), com muito preconceito ainda e com muitas tantas outras coisas, conseguimos cavar fundo e ter Esperança de que as coisas vão melhorar, de acreditar que tudo vá bem (porque se não acabou bem, ainda não acabou) e que como diz a música 'moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza' (só não a percam, senão também teremos que fazer o caminho contrário).

Temos bem mais pelo o que lutar do que esse povo que não conhece o sofrimento, ou não o sofrimento do mesmo modo que o nosso (salvo talvez as marcas das guerras). Nossas preocupações vão além de morar em um apartamento com uma bela cozinha ou com louças novas no banheiro. Porque as pressões são outras, enquanto saímos do nosso país e vemos que podemos lutar para melhorá-lo, o suiço sai e quer voltar correndo para seu mundinho porque não está preparado para tudo aquilo que encontrou.

Bom, ficam as ideias na esperança de alguém querê-las discutir comigo (dá pra ser no bar hehe).

Como já disse, essa foi uma viagem em que aproveitei muito, mas pouco lembro dos nomes dos locais, já que os nomeis alemães são estritamente difíceis. Mas, as minhas melhores fotos estão aí, sempre com algum detalhe, quando oportuno.


A Universidade.

A visão do maior prédio de Zurique, que por ser todo espelhado 'quase' não é notado.

O super restaurante famoso, que só parei para tirar esse fotinho hehe.




Um dos meios de transporte super eficientes, verdade que se locomover lá não é tão barato, mas é super eficaz e rápido.


Limmatquai

A ópera.

O jardim oriental.



A visão de Zurique em frente ao Zoo. Lugar muito tranquilo e com pouco turista.

Fifa strasse.

Fifa.


Hotel-castelo - não dava tempo de entrar para conferir melhor, mas a visão do lado de fora já foi super legal.

A praia suíça.
Mais da praia suíça.

A visão dos Alpes Suíços no meio do Lago de Zurique.

O portão do inferno, de Auguste Rodin. Restaurada em janeiro de 2006.

Para mais informações:
E-guide
Zurich - official site
Zurich city

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